Médica, defensora da cloroquina, é afastada após comparação entre covid-19 e nazismo

A médica Nise Yamaguchi foi afastada do Hospital Israelita Albert Einstein. Em nota, o hospital paulistano alega que a oncologista e imunologista estabeleceu analogia infeliz e infundada entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do holocausto ao declarar: “você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela MASSA DE REBANHO de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações”.

Foto: reprodução Instagram @dra.niseyamaguchi

O Albert Einstein afirmou que a declaração de Nise Yamaguchi foi “insólita” e afirmou que deve fazer uma breve averiguação sobre as falas da médica. “Como se trata de manifestação insólita, o hospital houve por bem averiguar se houve mero despropósito destituído de intuito ofensivo ou manifestação de desapreço motivada por algum conflito”.

A manifestação de Nise Yamaguchi ocorreu em entrevista à TV Brasil. Ela é uma das defensoras do uso da hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus e chegou a se aproximar do presidente Jair Bolsonaro quando o Ministério da Saúde passava por reformulação, com a saída de Luiz Henrique Mandetta e, posteriormente, Nelson Teich.

O uso da hidroxicloroquina, porém, não é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por outros órgãos de saúde ao redor do mundo. Nise Yamaguchi faz parte do corpo clínico do Albert Einstein, mas, com o afastamento, não poderá exercer suas funções no hospital.

Veja a nota oficial do hospital:

“Com relação a declarações prestadas pela Dra. Nise Yamaguchi, o Hospital Israelita Albert Einstein tem a esclarecer o seguinte:

1. O hospital respeita a autonomia inerente ao exercício profissional de todos os médicos, jamais permitindo restrições ou imposições que possam impedir a sua liberdade ou possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho.

2. A Dra. Nise Yamaguchi faz parte do corpo clínico do Hospital, sendo admissível que perfilhe entendimento próprio com relação ao atendimento de seus pacientes ou à sua postura em face da pandemia ora combatida, desde que observe as regras relacionadas ao uso da sua condição de integrante do Corpo Clínico em sua comunicação.

3. Trata-se, contudo, de hospital israelita e a Dra. Nise Yamaguchi, em entrevista recente, estabeleceu analogia infeliz e infundada entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do holocausto ao declarar que “você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela MASSA DE REBANHO de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações, humilhações, humilhações…”.

4. Como se trata de manifestação insólita, o hospital houve por bem averiguar se houve mero despropósito destituído de intuito ofensivo ou manifestação de desapreço motivada por algum conflito. Durante essa averiguação, que deve ser breve, o hospital não esperava que o fato viesse a público.

A expectativa do hospital é a de que o incidente tenha a melhor e mais célere resolução, de modo a arredar dúvidas e remover desconfortos.”

Médica concede entrevista exclusiva ao SBT

A médica imunologista e oncologista Nise Yamaguchi afirmou ter sido afastada do hospital Albert Einstein, onde trabalhava, por defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. A médica concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Cabrini e relatou mais detalhes da suspensão.

“Recebi uma ligação do diretor clínico do hospital de que, a partir deste momento, não poderia estar mais atendendo pacientes”, afirmou Nise Yamaguchi. De acordo com a médica, a direção do Albert Eistein acredita que o posicionamento a favor do uso da hidroxicloroquina “denigre o hospital”.

“Não falo pelo hospital. Estou lá pelos pacientes”, diz a médica, que fala também da sua convicção a respeito do tratamento. “Faço a defesa da hidroxicloroquina porque tenho a certeza que ela cura os pacientes nas etapas iniciais”.

O tratamento com a hidroxicloroquina não possui sua eficácia comprovada. Questionada sobre manter um posicionamento contrário ao da maioria da comunidade científica, Nise afirma não saber se este é, de fato, um consenso.

 “Não acredito que a comunidade inteira pense assim”, diz a médica. Ela ainda afirma que há uma “grande maioria silenciosa” que defende o uso do medicamento.

Com informações Estadão Conteúdo e SBT

Fonte: Cidadeverde.com

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