A unidade recebeu a visita de equipe da Associação Beneficente Síria/Hcor e do Ministério da Saúde para avaliar a viabilidade da implantação do Projeto Congênitos.
O Hospital Infantil Lucídio Portella (Hilp) deu um passo importante para consolidar seu papel no atendimento de alta complexidade a crianças com cardiopatias congênitas. A unidade recebeu uma visita técnica para avaliar a viabilidade da implantação do Projeto Congênitos, iniciativa da Associação Beneficente Síria/Hcor em parceria com o Ministério da Saúde (MS), no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
O projeto visa transformar hospitais em Centros de Atendimento a Cardiopatas Congênitos, proporcionando transferência de tecnologia, monitoramento dos casos atendidos e soluções de saúde digital. A parceria é fundamental para ampliar e qualificar o atendimento às crianças cardiopatas, desde o período fetal até a adolescência, integrando técnicas avançadas e treinamentos especializados.
Durante a visita, os técnicos do Hcor, reconhecido por sua expertise em cirurgias cardíacas, avaliaram o fluxo e as instalações do Hilp para entenderem a dinâmica das cirurgias cardíacas pediátricas realizadas. “O atendimento aqui é incrível, desde os aparelhos a equipe muito interessada em desenvolver a gestão para habilitação deste serviço que representa um ganho muito alto para esta região, inclusive estão de parabéns por esta determinação. E nós, dentro do que podemos, vamos colaborar!” , declara Larissa Neves, especialista em projetos do Hcor.
“Está sendo fantástica esta troca de experiências e informações. A discussão tem sido muito bacana para entendermos como o hospital daqui está funcionando para que no futuro possamos habilitar para ampliação deste serviço no estado, que tem sido muito importante para atender ainda melhor e com mais qualidade as crianças cardiopatas”, fala Taciana Rodrigues, técnica do Ministério da Saúde.
O diretor do Hospital Infantil Lucídio Portella, Ribamar Bandeira, destaca a importância do processo de seleção da unidade. “A equipe veio conhecer nossas instalações e abrir o processo de habilitação do Hilp para cirurgias cardíacas pediátricas. Os ganhos chegarão por meio da troca de experiências, aprimoramento das técnicas cirúrgicas e evolução por meio de treinamentos” , afirmou o gestor.
Durante a visita técnica foram solicitados diversos documentos, incluindo perfil do estabelecimento, fluxo de atendimento, evidências de campanhas de controle de infecção hospitalar, protocolos assistenciais e indicadores de desempenho.
“Estamos comprometidos em atender todas as exigências do projeto. Acreditamos que, com a capacitação e os recursos proporcionados pelo Projeto Congênitos, poderemos salvar mais vidas e oferecer um atendimento de excelência às crianças do Piauí”, afirma Ribamar Bandeira.
O médico Sebastião Martins, chefe do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Piauí, ressalta a importância do projeto. “Estamos na torcida para sermos realmente um centro contemplado com esse convênio. Com fé em Deus, tudo dará certo em prol das crianças”, disse o cirurgião.
A avaliação situacional é a primeira das seis etapas do projeto. Após a escolha das unidades, a meta para o triênio 2024-2026 é realizar até 198 atendimentos a pacientes cardiopatas e 792 teleinterconsultas.
As cardiopatias congênitas afetam cerca de 1% dos recém-nascidos em todo o Brasil, o que representa aproximadamente 29 mil casos por ano. Entre os casos mais graves, a intervenção cirúrgica precoce é crucial para a sobrevivência e qualidade de vida das crianças. No entanto, a oferta de cirurgias cardíacas pediátricas ainda enfrenta desafios significativos, especialmente em regiões mais carentes de infraestrutura.
Iniciativas como o Projeto Congênitos são essenciais para reduzir as desigualdades regionais e aumentar a capacidade de atendimento especializado. Atualmente, a maioria das cirurgias cardíacas pediátricas no Brasil é realizada em centros de referência localizados nas regiões sudeste e sul. O fortalecimento de unidades no norte e nordeste, como o Hilp, é uma estratégia vital para descentralizar o atendimento e proporcionar acesso mais equitativo às crianças cardiopatas.
O diretor da Unidade de Descentralização da Sesapi, Anderson Dantas, expressou otimismo sobre o processo de habilitação. “O Hospital Infantil Lucídio Portella possui uma estrutura ampla que atende com maestria e tem potencial para aumentar sua capacidade e complexidade. Nosso objetivo é que o hospital consiga apoiar a rede estadual em procedimentos de alta complexidade, especificamente cirurgias cardíacas de pacientes congênitos”, declarou o gestor.