Apesar do aumento de 11%, valor é insuficiente para evitar que as contas públicas terminem no vermelho.
A arrecadação federal bateu recorde em junho deste ano, foram quase R$ 209 bilhões no mês, um aumento de 11%, descontada a inflação, que junho de 2023. Para se ter uma ideia, é como se cada brasileiro tivesse pago R$ 1029,55 ao governo no mês passado.
Segundo a Receita Federal, a alta é explicada pela volta do PIS e COFINS sobre combustíveis, pela tributação de fundos e bens que pessoas mantém no exterior e resultados setoriais que ajudaram a puxar o PIB para cima, gerando mais dinheiro aos cofres públicos.
O desempenho atípico, segundo a Receita Federal, pode indicar que a arrecadação alta veio para ficar. No semestre, outro recorde: R$ 1,3 trilhão, 9% acima do mesmo período no ano passado. O problema é que o governo fatura mais, mas gasta além do que arrecada.
O rombo nas contas públicas é estimado em quase R$ 29 bilhões neste ano. E, para tentar alcançar pelo menos o limite da meta fiscal, a equipe econômica congelou R$ 15 bilhões, ou 0,27% do orçamento total do país. O detalhamento do corte sai até dia 30.
Para o economista Samuel Macedo, para manter as contas públicas sob controle, não tem jeito, é preciso reduzir os gastos. “Se a receita tá subindo de uma forma que a gente não vê há algum tempo o governo tem que cortar gastos, tem que reduzir as despesas pra zerar o déficit primário”, diz.