SP: MP faz operação contra grupo ligado ao PCC suspeito de fraude em licitações

Três vereadores de cidades do Alto Tietê e um advogado estão entre os presos na ‘Operação Munditia’. As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e a Polícia Militar de São Paulo deflagraram a Operação Muditia para desarticular um grupo criminoso associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) investigado por fraudes em licitação em todo o estado.

As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. Alguns deles atendiam a interesse do PCC, que tinha influência na escolha dos ganhadores de licitações e na divisão dos valores obtidos ilicitamente, segundo o Ministério Público de São Paulo.

As equipes dão cumprimento a mandados de busca e apreensão em 42 endereços e 15 mandados de prisão temporária, todos expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo. Participam da operação 27 promotores, 22 servidores e 200 policiais militares.

As ordens judiciais incluem prisão cautelar de agentes públicos, sendo que três deles são vereadores de cidades do Alto Tietê e do litoral paulista. A Band apurou que os parlamentares alvos da ação do MP são: Flávio Batista de Souza (Podemos), de Ferraz de Vasconcelos, Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel, e Ricardo de Oliveira (PSD), de Cubatão

Segundo a investigação, as empresas atuavam de forma recorrente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no estado em diversas prefeituras e Câmaras Municipais. As cidades de Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba e outras têm contratos sob análise.

Ainda de acordo com os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Também há evidências de corrupção de agentes públicos e políticos (secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros, entre outros) e diversos outros crimes – como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.

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