Programa do Hospital Infantil leva esperança para mães de crianças com paralisia cerebral 

Mais do que apenas tratar os sintomas, o programa se concentra em promover a independência e a qualidade de vida das crianças atendidas.

Referência nacional no tratamento da espasticidade infantil, o Hospital Infantil Lucídio Portella (Hilp) segue levando esperança para mães de filhos com paralisia cerebral. Nesse domingo (12), duas crianças passaram pela cirurgia de rizotomia, um procedimento minimamente invasivo voltado para alívio da dor causada por degeneração das articulações que estão localizadas na parte posterior da coluna. A cirurgia faz parte do Programa de Espasticidade Infantil do Piauí.

“Descobri que o Ravi tinha paralisia quando ele tinha nove meses de vida. A partir daí demos início ao tratamento e hoje ele está fazendo a cirurgia de rizotomia que eu creio que vai ser uma melhora de vida para o meu filho. Fazer a cirurgia hoje é um privilégio e um presente que Deus está me dando”, declara Fabíola Paiva, mãe do Ravi Lucca, de 3 anos.

O Programa de Espasticidade Infantil do Piauí, que já beneficiou 118 crianças desde 2020, oferece tratamento com equipe multiprofissional com abordagem transdisciplinar, por meio de opções terapêuticas com evidências científicas, como exemplo, a toxina botulínica e cirurgias – quando necessário. Mais do que apenas tratar os sintomas, o programa se concentra em promover a independência e a qualidade de vida das crianças atendidas.

“A espasticidade era tão severa que limitava os movimentos do Kelson. Com a ajuda do Hospital Infantil e do tratamento ele melhorou e vai melhorar ainda mais. Hoje chegou o grande dia, um grande sonho está sendo realizado e só resta agradecer a toda essa equipe”, comemora Sandra Maria Silva, mãe do jovem Francisco Kelson, de 14 anos.

Segundo o neurocirurgião e coordenador do programa, médico Francisco Alencar, a espasticidade é uma das manifestações mais comuns da paralisia cerebral.

“Ela torna os movimentos das crianças rígidos e muitas vezes dolorosos. Para lidar com essa condição e melhorar a qualidade de vida dessas crianças, o programa oferece tratamento especializado e abrangente”, afirma o médico.

O diretor do Hospital Lucídio Portella, Ribamar Bandeira, destaca a importância do apoio multidisciplinar para alcançar os melhores resultados. “Nossa equipe é composta por profissionais altamente qualificados em diversas áreas, trabalhando em conjunto para fornecer o melhor cuidado possível para cada criança”, disse o gestor.

Para o superintendente de Média e Alta Complexidade da Sesapi, Dirceu Campêlo, o Programa de Espasticidade Infantil do Piauí não apenas transforma vidas, mas também representa um avanço significativo na abordagem da paralisia cerebral e da espasticidade infantil na região. “Com o apoio contínuo do Governo do Estado, estamos trabalhando para que cada vez mais crianças possam ter acesso a um tratamento de qualidade”, afirma o gestor.

O Programa de Espasticidade Infantil do Piauí é pioneiro no Brasil tendo como o Hospital Infantil como centro nacional para este tratamento. A unidade de saúde recebe os pacientes para avaliação, aplicação do botox e realizações de cirurgias de rizotomia.

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