Produtores de mel e empresários estrangeiros participam de rodada de negócios em Teresina

O programa Exporta Mais Brasil coloca o Piauí no centro do comércio internacional do produto.
O Piauí sedia, nesta quarta-feira (3), uma rodada internacional de negócios do programa Exporta Mais Brasil, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Com o propósito de ampliar as exportações de mel brasileiro, o evento reúne empresários de países europeus e asiáticos para promover parcerias comerciais. O encontro ocorre em Teresina, no Hub da Investe Piauí, agência de investimentos do Governo do Piauí, que é parceira da ação.
A ação iniciou, na segunda-feira (1º), e incluiu visitas a produtores de mel durante os dois primeiros dias. Ao todo, oito empresas do Reino Unido, Polônia, Bangladesh, Espanha, Tailândia e Emirados Árabes participam da rodada de negócios. Foram duas empresas bangladeshianas e polonesas, enquanto os demais países foram representados por uma empresa de cada.

O presidente da Investe Piauí, Victor Hugo, explica que os produtores de mel do Norte e Nordeste têm no encontro a oportunidade de apresentar a produção a compradores estrangeiros. “Eles fizeram visitas técnicas e conheceram o mel orgânico do Piauí na região de Picos e Oeiras. É um evento focado em negócios e comercialização”, aponta o gestor.

O Piauí apresentou seis produtores em um contexto de crescimento na produção de mel, sendo o maior exportador do produto no Brasil. O mel piauiense foi responsável por 36,6% das vendas estrangeiras em 2023, movimentando 31,2 milhões de dólares. Empresários de outras regiões do país também apresentaram a produção durante o evento, totalizando 25 empresas.

Gustavo Dias, gerente de Comércio Exterior da Investe Piauí, ressalta que o Exporta Mais valoriza o principal produto industrializado do estado. “O mel é o quarto produto da nossa pauta exportadora. Hoje, Oeiras é a cidade que mais exporta mel no Piauí. Levamos oito compradores que conheceram de perto a realidade, além de todo o potencial. O feedback dos empresários é positivo, porque nosso mel é naturalmente orgânico e seguro”, acrescenta o gestor.

Clarissa Furtado, que faz parte da Gerência de Competitividade da ApexBrasil, agradeceu o apoio da Investe Piauí. “A ideia é gerar negócios e sensibilizar as empresas sobre a possibilidade de exportar, criando conexões entre quem exporta e quem vende. Os compradores tiveram a oportunidade de ver a produção na prática”, aponta a técnica.

Investidores e produtores

Asifur Rouf, chefe de marketing da New Zealand Dairy Products, explica que pretende fazer pacotes de mel para abastecer o mercado do país. “Em Bangladesh, nós consumimos muito mel. Nosso interesse é empacotar o mel para conseguir distribuir de forma mais rápida. Nós já importamos mel da Índia, mas não existe em grande escala da forma que o mel é produzido aqui. É uma área que tem sido promissora. Visitamos empreendimentos e gostamos do processo. Vamos importar galões grandes e vender em recipientes menores”, afirma.
Janete Dias, gerente da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (Comapi), com mais de 300 produtores, revela que eles apostam no produto. “O mel é um superalimento. O brasileiro só se lembra dele quando está resfriado. A ideia é melhorar a venda dentro do mercado interno também”, finaliza a produtora.
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