‘Noite dos mísseis’ iranianos é respondida pela ‘noite dos mistérios’ israelense

Não há nenhum alerta em Israel, e o Irã descartou um contra-ataque. O que realmente aconteceu?

A “noite dos mísseis” iranianos foi respondida pela “noite dos mistérios” israelense. Às dez da noite de quinta-feira, “explosões” foram ouvidas em Isfahan, a cidade do Irã que abriga instalações militares perto de Natanz, a principal usina nuclear do país, e também em Shiraz e na vizinhança do aeroporto internacional de Teerã. Ao mesmo tempo, ataques eram desfechados em bases dos guardiães revolucionários iranianos na Síria. Do Líbano, o Hezbollah disparava mísseis contra o norte israelense.

Este era o cenário. A rede ABC dos EUA o confirmava, citando fontes oficiais americanas que alertavam: “Fomos avisados por Israel mas não endossamos o ataque”. Jornais online de Israel entraram minuto a minuto no que estava acontecendo, e só acontecia mesmo um bombardeio de especulações. No Irã, o aeroporto Imam Khomeini foi fechado e desviados os voos que vinham para Teerã. As baterias da defesa aérea foram acionadas e vasculhavam os céus em busca de alvos. Especulava-se que havia um ataque cibernético israelense em progresso.

Aí pela meia-noite, por falta de fotos das explosões, notícias de destruição, feridos e mortos, teve início uma retirada a conta-gotas do grande ataque contra o Irã. A desescalada da escalada. O ataque do Hezbollah foi um “alarme falso”, informou Israel. As explosões no Irã foram reduzidas a Isfahan, e não mais a Shiraz e a Teerã. A defesa aérea encontrou três drones, e os derrubou. Um prometido comunicado da Casa Branca foi adiado, adiado, adiado, até ser esquecido.

Os alvos no Irã não “foram nuclear nem civil”, asseguravam fontes às agências de notícias. A mídia local reduzia mais ainda as explosões a uma “pequena explosão”. Já pelas duas horas da manhã no Brasil, dia claro no Irã, nenhuma imagem da represália israelense à represália iraniana ao ataque que matou sete militares num prédio anexo à embaixada do Irã em Damasco. Correu pela plataforma X que os drones abatidos eram locais, talvez disparados por iranianos contra o regime dos aiatolás.

Em Israel, na quinta-feira, fontes do governo Netanyahu tinham vazado à imprensa que a resposta ao Irã seria desfechada só depois do Pessach, a Páscoa judaica que começa dia 23 e vai até 29. Nesta manhã de sexta-feira, o chanceler russo Sergei Lavrov declarou: “Nós avisamos aos israelenses que o Irã não quer uma escalada”. O secretário de Estado estadunidense Antony Blinken repetiu que “Os EUA estão comprometidos com a segurança de Israel”. O Instituto de Energia Nuclear da ONU, em Viena, informou que “nenhum dano foi causado aos locais nucleares do Irã”.

Uma fonte israelense explicou ao jornal Washington Post que a intenção do ataque foi mostrar ao Irã a capacidade de Israel de atacá-lo a partir do próprio país. Não há nenhum alerta em Israel para a população ficar perto de abrigos antiaéreos. O Irã descartou um contra-ataque. Mas a noite permanece um mistério. O que realmente aconteceu?

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