A representante da África do Sul, Zozibini Tunzi, 25, foi eleita na noite neste domingo (8) a Miss Universo 2019, e leva para seu país a terceira coroa do concurso. Ela quebrou um jejum de apenas dois anos para sua terra natal. Antes dela, ocuparam o posto as sulafricanas Demi-Leigh Nel-Peters (2017) e Margaret Gardiner (1978).
Negra e de cabelos curtíssimos, a nova Miss Universo impactou pelo discurso coerente e pela elegância. Especialistas consultados pelo F5 acertaram quando analisaram que uma mulher negra poderia vencer este ano, uma vez que a última negra coroada foi a angolana Leila Lopes, em 2011.
Fotos: Reprodução/instagram/@missuniverse
“Eu cresci em um mundo onde mulheres como eu, com a minha pele e meu cabelo, nunca foram consideradas bonitas. Ja chegou a hora de parar com isso. Eu quero que crianças olhem pra mim e vejam os seus rostos refletidos no meu”, respondeu Tunzi ao final, quando questionada sobre qual seria sua principal atuação caso vencesse.
O show da final aconteceu em Atlanta (EUA) e contou com um total de 90 misses. Tunzi recebeu a coroa das mãos da filipina Catriona Gray, 25, Miss Universo 2018.
Em segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, as misses Porto Rico, Madison Anderson, 24, e México, Sofía Aragón, 25. Completaram o top 5 as representantes da Colômbia, Gabriela Tafur Nader, 24, e Tailândia, Paweensuda Drouin, 25. No grupo de dez semifinalistas ficaram ainda as misses Estados Unidos, Peru, Islândia, França e Indonésia.
Favorita disparada entre fãs e especialistas de concursos, a mineira Júlia Horta, 25, foi eliminada da competição. Após entrar no grupo de 20 semifinalistas, ela não fez o segundo corte.
“Como Miss Brasil e como mulher eu preciso lutar pelos direitos humanos. Quero que minha voz seja ouvida contra a agressão. Graças às famílias do passado, hoje eu tenho vários direitos e quero continuar a lutar por essa geração e pelas próximas”, disse Horta ao ser chamada na primeira classificação.
No Brasil, a transmissão ficou por conta da Band TV (com atraso) apresentado por Renata Fan, Miss Brasil 1999. Além disso, também haviam opções na TV paga e na internet.
O show de 2019 Com um número musical da cantora Ally Brooke, ex integrante do grupo feminino “Fifth Harmony”, o concurso começou com uma desengonçada, porém característica, coreografia das candidatas. As 90 misses entraram ao mesmo tempo no palco para recepcionar o humorista americano Steve Harvey, que pela quinta vez consecutiva apresenta o show da final.
Foi ele que, em 2015, viralizou o concurso após errar o nome da vencedora. “Nada é maior que o universo”, bradou o anfitrião em seu discurso inicial.
Logo em seguida, anunciaram o Top 20, o time das 20 misses semifinalistas da edição. Esse primeiro corte é formado por quatro grupos de cinco moças cada. É a segunda vez seguida que o concurso realiza esse corte setorizado por continentes.
O primeiro é de beldades da África, Ásia e Oceania, o segundo de representantes da Europa, o terceiro das Américas, e o quarto, chamado de “Wild Cards”, congrega escolhidas não especificadas por região – confira lista completa ao fim do texto.
Depois, cada uma das escolhidas teve sua vez para falar durante 15 segundos ao microfone. Após o anúncio do Top 10, aconteceu o desfile de biquíni, a primeira entrada de Catriona Gray e o desfile em traje de gala. O roteiro ainda contou com as perguntas finais, a despedida de Gray, e os anúncios das colocações.
Edição enxuta e com misses antigas Entre comentaristas e jurados, participaram da transmissão personalidades do mundo miss, como a japonesa Riyo Mori (Miss Universo 2007), a colombiana Paulina Vega (Miss Universo 2014) e as americana Olivia Culpo (Miss Universo 2012), Cara Mund (Miss America 2018) e Crystle Stewart (Miss EUA 2008).
O Miss Universo é considerado uma das mais importantes competições de beleza do planeta ao lado do Miss Mundo, e celebrou nesta noite sua 68ª edição com um formato desgastado.
Desde que o presidente americano Donald Trump vendeu os direitos do concurso em 2014, o certame vem tentando com muito afinco ser “pop” e inclusivo. Porém, a organização deve ter percebido que é vital para o evento, e também seu maior desafio, mudar a fama jurássica de propagador da objetificação do corpo feminino.
Em um formato enxuto, o concurso de 2019 teve apenas dez dias de confinamento e um cronograma de atividades escasso. Apesar da impressão de desleixo, o evento celebrou o retorno da rede latina Telemundo para transmissão da final em espanhol. A parceria foi interrompida após declarações polêmicas de Trump -à época ainda candidato presidencial.
África do Sul, Zozibini Tunzi, 25
Indonésia, Frederika Alexis Cull, 19
Vietnã, Hoang Thuy, 27
Nigéria, Olutosin Araromi, 25
Tailândia, Paweensuda Drouin, 25
Europa
Albânia, Cindy Marina, 21
França, Maeva Coucke, 25
Islândia, Birta Abiba Thorhallsdottir, 19
Croácia, Mia Rkman, 22
Portugal, Olga Bulawa, 27
Américas
Porto Rico, Madison Anderson, 24
Peru, Kelin Rivera, 26
República Dominicana, Clauvid Dály, 19
México, Sofía Aragón, 25
Estados Unidos, Cheslie Kryst, 28
Wildcard – sem região especificada
Filipinas, Gazini Ganados, 23
Venezuela, Thalía Olvino, 20
Índia, Vartika Singh, 28
Brasil, Júlia Horta, 25
Colômbia, Gabriela Tafur, 24
Fonte: Cidadeverde.com