A infecção por conta do coronavírus na Itália forçou uma quarentena no país decretada pelo governo nesse domingo (8). O Cidadeverde.com conversou com um teresinense estudante de engenharia no Politécnico de Milão, uma das áreas em quarentena. Pedro Victor Alves Barbosa, 22 anos, falou da mudança na rotina desde a confirmação dos primeiros casos no país, no final de janeiro.
Fotos: Arquivo Pessoal
“A primeira coisa que foi alterada drasticamente foi a universidade. Fomos proibidos de ter aulas na universidade. Meu semestre que deveria ter começado há duas semanas começou agora e começou de forma online e vai ficar assim por pelo menos mais um mês”, contou.
O primeiro-ministro Giuseppe Conte anunciou neste domingo (8) que pelo menos 16 milhões de pessoas estão em quarentena obrigatória na região da Lombardla e também em 14 províncias. Cidades como Milão e Veneza estão no bloqueio que durará até 3 de abril.
“Vários estabelecimentos foram fechados. Museus, teatros, academias, clubes, tudo está fechado”, contou Pedro. Pontos turísticos da cidade que costumam estar lotados passaram a ficar esvaziados. “O que é estranho é que Milão está muito vazia. Tem pouca gente na rua e muita coisa fechada”, disse o piauiense.
O estudante relata que as orientações do governo são de permanecer em casa e sair só quando necessário. Supermercados são os poucos pontos que podem funcionar, mas com controle de clientes, para evitar lotações e contato próximo entre as pessoas.
“Na televisão, em todos os canais, todos os apresentadores dão as instruções dadas pelo governo. No metrô, os telões avisam para não tocar o rosto com as mãos e se manter a um metro de distância das outras pessoas”, contou o estudante que cursa mestrado em Engenharia de Produção e mora em Milão desde 2018.
Foto: Arquivo pessoal
Centro de Milão no último sábado (7) já estava esvaziado. “Geralmente isso é lotado de gente”, disse o estudante.
Queria que ele voltasse para o Brasil, diz mãe do estudante
Pedro Victor iria se formar em agosto deste ano. Em Teresina, a mãe dele, a enfermeira Conceição Barbosa, relata a apreensão após a quarentena.
“Eu queria que ele voltasse imediatamente para o Brasil. Eu fico ligando toda hora porque ele está no olho do furacão, digamos assim. Mas ele nos tranquiliza, diz que está tudo bem, nos falamos em vídeo. Eu e meu marido já estávamos querendo comprar as passagens para a formatura, mas por conta disso vamos ter que esperar”, contou a mãe.
Amigo em quarentena
Pedro Victor relata que não tem nenhum conhecido infectado, mas que um amigo está em sendo acompanhado pelo governo. “Não conheço diretamente alguém (infectado), mas um amigo meu trabalha com uma pessoa diagnosticada. Ele está em quarentena sem poder sair de casa”, contou.
Foto: Arquivo pessoal
Falta de álcool em gel
O piauiense também relatou a falta de máscaras e álcool em gel para proteção e higienização. “Desde o primeiro-segundo dia depois das notícias saírem não se acha mais em lugar nenhum”, disse.
Apesar do estado de quarentena decretado pelas autoridades, o piauiense diz se manter tranquilo, mas atento para as medidas que evitem a proliferação da doença.
“Não estou sentindo medo. O vírus não é grave para as pessoas da minha idade, mas a gente tem que tomar cuidado do mesmo jeito. Porque como ele transmite facilmente e pode ser transmitido até por pessoas sem sintomas, corre o risco de você pegar e transmitir para alguém que seja do grupo de risco, que seja mais velho ou que tenha o sistema imunológico fraco”, revelou.
Infecção no Brasil
Subiu para 25 o número de casos confirmados do novo coronavírus no país. Os dados foram divulgados neste domingo (8) por meio de plataforma do Ministério da Saúde. No Piauí, ainda não há nenhum caso confirmado de infecção por Covid-19.
Por: Valmir Macêdo
Fonte: Cidadeverde.com