Durante audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (17), a deputada Elisângela Moura (PCdoB) propôs a realização reuniões mensais para discutir a situação de violência da mulher nas cidades e no campo.
A audiência foi proposta pela deputada Flora Izabel (PT) em alusão ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio no Piauí, comemorado no dia 27 de maio, e em razão do aumento do número de casos de violência contra a mulher no estado.
“A violência contra a mulher tem aumentado significativamente desde o início da pandemia, tanto no campo como na cidade. E ouvir as mulheres e suas necessidades é muito importante para nos ajudar a defender o interesse dessas mulheres na hora de apresentar ou votar um projeto. Por isso quero me colocar à disposição de todos os movimentos sociais em defesa das mulheres para trabalhar também em defesa da mulher”, afirmou Elisângela Moura.
Amparo Paz, promotora de Justiça, participou da reunião e defendeu a prevenção da violência contra a mulher pela educação. “Precisamos trabalhar para termos uma política educacional na perspectiva de gênero. Isso é fundamental na prevenção da violência. O Estado também precisa investir em equipes multidisciplinares e a expansão da Patrulha Maria da Penha”, defendeu.
Maria Madelena Nunes, da Frente Popular Contra o Feminicídio, cobrou a destinação de recursos dos impostos pagos para a implantação de políticas públicas mais efetivas para as mulheres. E informou que no próximo sábado (19), haverá um movimento na Praça Rio Branco, no Centro de Teresina, cobrando mais políticas públicas para mulheres, vacinas e contra o Governo Federal.
Tatiane Seixas, União Brasileira das Mulheres (UBM), também reforçou a necessidade de políticas públicas mais eficazes em favor das mulheres e também uma política junto às empresas para que elas demitam homens que já cometeram violência contra mulheres. “Também precisamos combater a cultura da imprensa que divulga os casos de violência e feminicídio como se a mulher tivesse culpa de receber aquela violência. Eles levanta quantos namorados aquela mulher já teve mas não levantam quanta vítimas aquele homem já fez”, lamentou.
Halda Regina, também do movimento em defesa dos direitos das mulheres, pediu mais representatividade feminina na Assembleia Legislativa e lembrou que o Estado não possui hoje um política de moradia para mulheres em situação de risco. “Em muitas situações nós dos movimentos é que nos juntamos e pagamos o aluguel para mulheres que sofreram violência. E esse não é nosso papel. É preciso garantir por Lei a assistência a essas mulheres” defendeu.