Piauí é o único Estado a reduzir desmatamento no Cerrado brasileiro

Segundo dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil do MapBiomas de 2023 (RAD), a redução foi de 8,3% do desmatamento total.

O Relatório Anual do Desmatamento no Brasil do MapBiomas de 2023 (RAD), divulgado nesta terça-feira (28), mostrou que o Piauí está na contramão dos índices de desmatamento, com  redução de 8,3% do desmatamento total. Além disso, dentre os estados que possuem vegetação nativa no bioma Cerrado, foi o único a reduzir o desmatamento – redução de 15% – e também o único do Matopiba. No Nordeste, o Piauí se destacou também junto com Pernambuco, como os únicos que reduziram o desmatamento.

O diretor do Centro de Geotecnologias Ambientais e de Gestão Florestal da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Semarh), Felipe Gomes, destaca que a redução é de 19,12% quando se analisa o cruzamento entre os dados de desmatamento total disponibilizado no RAD (2023) com os dados de Autorização de Supressão Vegetal (ASV), emitidas pela Semarh. E isso quando se analisa apenas os desmatamentos ilegais.

O RAD (2023) destaca, ainda, o fato de que o Piauí foi o Estado onde houve o maior aumento percentual de atuação em áreas sob alertas de desmatamento. Em 2023, de todo o desmatamento identificado, cerca de 57% ou estavam autorizados ou foram embargados pela Semarh. Com isso, o Piauí saltou das últimas posições para a 11ª posição no ranking de Estados com maior quantidade de atuação sobre alertas de desmatamento.

Segundo dados da Semarh, em 2023, foram embargados 93.149 hectares, aumento de mais de 250% em relação a 2022. Em 2023, o Piauí foi o Estado com maior quantidade de atuação (ASV + Embargos) da região do Matopiba e a maior do Nordeste.

Estiveram presentes, representando a Semarh na divulgação do relatório em Brasília, o diretor Felipe Gomes, o diretor de Fiscalização, Major Denio Marinho, e o diretor de Sistemas e Tecnologia da Informação, André Nogueira.
 Major Denio Marinho, diretor de fiscalização; Felipe Gomes, diretor do Centro de Geotecnologias Ambientais e de Gestão Florestal; André Nogueira,  diretor de Sistemas e Tecnologia da Informação.

O diretor Felipe ressalta que a Semarh, para consolidar a redução do desmatamento em 2024,  já está com estratégias consolidadas. “Teremos novo aumento da equipe de fiscalização; validação do Cadastro Ambiental Rural – CAR dos imóveis rurais como condição para emissão da ASV; vinculação dos embargos ao CAR, com a sua suspensão: com isso, pode afetar fortemente a questão financeira dos autuados; e aperfeiçoamento do sistema de embargos e autuações remotas, tendo como referência o estado de Goiás”, destacou.

Reforçando a grande redução no Piauí no desmatamento do Cerrado, de acordo com os dados apresentados, constatou-se uma redução no Paraná e São Paulo. No entanto, a área de Cerrado com vegetação nativa nestes estados é irrisória.

O secretário da Semarh, Daniel Oliveira, ressalta que um dos principais focos de atuação da Semarh foi o planejamento de estratégias e implementação de ações de fiscalização na promoção da sustentabilidade, preservação dos biomas piauienses e combate ao desmatamento ilegal. “Seguindo a diretriz do governador Rafael Fonteles de geração de empregos e renda com sustentabilidade ambiental, estamos tornando o Piauí referência nacional e internacional”, frisou.

Contexto do desmatamento

Em 2023, houve um desmatamento total de 8.558.237 ha de vegetação nativa no país, dos quais 60% foram no Cerrado, o bioma mais desmatado do Brasil. Em relação a 2022, constatou-se um aumento de 67,7% no desmatamento. Dentro do Cerrado, cerca de 74% ocorreram na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Nesta região, houve um aumento de 59% do desmatamento, comparando com os números de 2022.

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